Lek Lek Lek Mercedes Benz

Achei que a Mercedes mandou muito bem com o jingle do Lek Lek para o lançamento Classe A. Gostei muito mesmo !

Divertido e apropriado para a exibição de features do carro, o jingle mais do que tudo obriga o consumidor a reagir, convida à externar opiniões.

O fato de ser um comercial que polemiza, era esperado tanto pela agência, como pela direção da Mercedes, mas a questão mais interessante é entender o porquê da celeuma.

Ouvi várias “reclamações” sendo que a mais frequente foi o fato de que uma música feita numa comunidade (favela) carioca, por alguns garotos para um baile funk, não combina com um Mercedes Benz.

Não combina, no sentido de não orna. As pessoas que reclamam vêem uma inadequação no encontro de um carro de luxo com um funk de garotos pobres. “Ah, isso não pode !”. Por que mesmo ??

O melhor comentário entretanto veio de um rapaz de cerca de 35 anos que me disse: “que pena, eu queria tanto esse carro, mas agora não vou poder comprar porque eu não sou funkeiro”.

Hein ?

A ideia central do comercial, era colocar o carro numa atmosfera mais jovem e divertida. Deu certo. Indubitavelmente mais jovem ficou o Classe A do que se fora apresentado ao som das 4 estações de Vivaldi. Ou das Variações Goldberg de Bach. (Diga-se de passagem nenhum dos dois era rico ou nobre).

Teria ficado normal, seria mais um Mercedes para cinquentões bem sucedidos.

Por que as pessoas acham que o jingle “estragou” o carro ?

A hipótese é que, na verdade, elas têm muito preconceito e muito medo de se parecerem com funkeiros, na verdade, com pessoas de comunidades cariocas.

O sonho de uma Mercedes Benz, raras vezes é de uma Mercedes Benz, mas sim da própria pessoa na Mercedes Benz, agregando a si todo o conjunto de propriedades (enormemente positivas) dessa marca. E agora?

Será que podemos pensar numa Mercedes mais divertida, mais bem humorada ? Uma Mercedes que não se leva tão a sério e nem por isso deixa de ser Mercedes Benz, (the best or nothing )?

Uma Mercedes verdadeiramente mais brasileira, pelo menos na alma que se nos apresenta.

O carro ganhou muitos novos fãs, inclusive eu mesmo. E pode apostar que o funk tem grande responsabilidade nisso. Além de gostar (e respeitar) a marca, sei que não sou mais um rapaz, mas ainda assim….. Aaaa moleque… lek lek lek. Essa dancinha deve ser uma delícia!