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O quarto do meu filho, o futuro que o espera

  • Marcos Tibiriça
  • 10 de mai. de 2016
  • 2 min de leitura

Todos os pais e mães querem o melhor para seus filhos. Numa nação tão apegada aos valores familiares, nada mais natural que pais e mães brasileiros caprichem o mais que podem, não apenas na educação de seus filhos, mas também em tudo o que os cerca em termos materiais.

Num Brasil em tempos de grande mobilidade social, é notável observar como esse traço da paternidade na cultura nacional exacerbou-se muito mais do que tantos outros.

Recentemente visitamos várias casas no Brasil inteiro, de pessoas de todas as classes sociais.

Impressionantes os quartos das crianças !

Impressionantes mesmo, são os quartos das crianças das classes C e D !

Não apenas os quartos impressionam nas decorações caprichadas, com tudo o que se imaginaria no quarto de crianças muito ricas, mas os brinquedos caros e as fotos ampliadas de grandes festas de aniversário. Num condomínio Minha Casa Minha Vida em Goiânia, uma menininha tinhas 18 Barbies, todas originais e uma gaveta cheia de roupas da boneca. Perguntei aos pais o porquê de tamanho investimento! “Ela não pode fazer feio na vizinhança”, ele me respondeu. Bom, ela não faria feio se morasse no Jardim Europa e estudasse no Santa Cruz.

Mergulhando mais na questão, ouvi de muitos pais que recentemente tiveram acesso ao consumo de supérfluos, que o quarto dos filhos é sempre um foco de atenção, “porque assim a gente já ensina quem eles têm que ser”. É bem bacana isso, bem bonito.

Mais que um jeito de educar, já que a criança criada num dado ambiente, necessariamente achará aquele ambiente “normal” (em oposição ao “luxuoso” que os pais vêem, trata-se de uma forma de demonstrar o amor e a torcida que têm pelos seus filhos.

A tese é que quartos bacanas mostram para as crianças que elas são bacanas e formam uma autoestima social mais adequada do que a que os próprios pais tiveram.

Verifiquei a tese com muitas famílias e sempre confirmei a mesma ideia. Obviamente, há um conjunto enorme de ganhos secundários como a suposta concretização de um amor grande (proporcional ao dinheiro grande), há o exibicionismo propriamente dito (para os vizinhos e parentes) e há uma sensação forte de dever cumprido.

Ainda assim, me parece um jogo de ganha ganha, para a família, para a criança, para o Brasil. Quanto mais gente exigente morar por aqui, melhor país seremos. Quanto mais crianças aprenderem que devem lutar para ter o melhor, melhor nação seremos.


 
 
 

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