Teste Folha-Mauá compara o primeiro carro avaliado, há mais de 20 anos, com a versão atual

Um toca-fitas com equalizador e memória para estações de rádio está conectado a uma disqueteira para até seis CDs, instalada no porta-malas. Há 20 anos, esse conjunto era a última palavra em som automotivo, reservado a um panteão de carros do qual o Volvo 850 Turbo fazia parte.

Hoje, o Volvo S60 T6 comporta em seu sistema multimídia não seis discos e uma fita, mas uma infinidade de músicas guardadas na memória interna, além da possibilidade de ler dispositivos externos, conectados via entrada USB ou por Bluetooth.

O entretenimento a bordo sintetiza a revolução tecnológica que separa o primeiro automóvel a passar pelo teste Folha-Mauá e seu equivalente nos dias de hoje.

"Com os smartphones, as pessoas têm a música no celular, de forma muito mais personalizada e com 'playlists' muito mais pessoais", diz Marcos Tibiriçá, diretor da Oslo-in, consultoria de marketing que atua no mercado automotivo há 15 anos.

No Volvo 850, o Turbo tinha a função de melhorar a performance do carro. Já no S60 T6, o papel é aliar potência a um menor consumo de combustível, com consequente redução nas emissões de poluentes.

Na pista, tais propostas ficaram evidentes. Enquanto o primeiro modelo avaliado atingiu a média combinada de consumo (cidade e estrada) de 9,7 km/l, o sedã atual cravou 11,4 km/l.

O empresário Tasso Rosa Campos, 66, cedeu seu Volvo 850 ano 1995 para uma sessão de fotos e permitiu que a reportagem desse uma volta com o carro.

O modelo tem as mesmas especificações da unidade que passou pelo primeiro teste Folha-Mauá. A partir de 3.500 rpm (rotações por minuto), o motor 2.3 de 225 cv começa a mostrar força. As trocas do câmbio automático de quatro marchas são perceptíveis, mas sem trancos.

No S60 T6, a potência do 2.0 Drive-E (306 cv) e o torque se manifestam mais cedo graças a um câmbio de oito velocidades. E além da redução no consumo, a evolução garantiu o desempenho superior em todas as medições.